Os problemas de próstata estão entre os mais frequentes e os que mais preocupam os homens nas visitas ao Urologista. Há uma grande variedade de doenças com origem na próstata, sejam elas benignas ou malignas, assim como múltiplas opções de tratamento.
A prostatite é um dos diagnósticos mais comuns em homens com menos de 50 anos e o terceiro mais comum em homens com mais de 50 anos, após a hiperplasia prostática benigna (HPB) e o câncer de próstata. Representa aproximadamente 10% das visitas dos homens ao Urologista.
A prostatite é uma doença do homem que se caracteriza por inflamação ou infecção da próstata e dos tecidos próximos e manifesta-se através de alguns dos seguintes sintomas: dor na região pélvica; desconforto na genitália ou na uretra; dor durante ou após a ejaculação; febre e calafrios; e pode ou não ser acompanhados de sintomas de dificuldade miccional, como jato fraco, urgência para ir ao banheiro, aumento da frequência urinária e ardência ao urinar. Quando estes sintomas se iniciam de forma abrupta e geram grande desconforto ao paciente, temos a prostatite aguda.
A grande maioria dos pacientes com prostatite aguda possuem algum tipo de bactéria circulando na urina e infectando a próstata. Esta condição pode evoluir com retenção urinária (quando o homem não consegue esvaziar a bexiga tamanho o grau de inflamação e aumento prostático) ou, nos casos mais graves, evoluir com sepse (quando a bactéria responsável pela infecção da próstata circula na corrente sanguínea).
Por outro lado, alguns pacientes com prostatite enfrentam sintomas mais leves ou crônicos, com períodos de melhora e piora, mas que acabam interferindo diretamente na qualidade de vida, no padrão urinário e até mesmo na performance sexual. Muitas vezes este quadro é de difícil diagnóstico e tratamento, podendo representar uma condição chamada prostatite crônica.
Causas
As principais causas das prostatites agudas ou crônicas são as bactérias que circulam no trato urinário ou no intestino, como a Escherichia coli. A causa pode também ser desconhecida ou de difícil diagnóstico e incluir atividade sexual e doenças sexualmente transmissíveis, estresse ou ansiedade, dentre outras.
Diferenciar as condições relacionadas à próstata é especialidade do Urologista. A visita regular é a melhor forma de diagnosticar precocemente qualquer condição urológica. Porém, o homem precisa ter em mente que algumas condições, como a prostatite aguda ou crônica, podem ocorrer em conjunto com situações mais graves, como a neoplasia da próstata.
O adequado tratamento da prostatite, seja ela aguda ou crônica, depende, sobretudo, de identificar corretamente os fatores causais ou relacionados à sintomatologia do paciente. Sabe-se que a maioria dos casos de prostatite aguda são causadas pelas chamadas enterobactérias, que são bactérias que habitualmente estão no trato digestivo humano e acabam contaminando o trato urinário e a próstata. Nos casos de prostatite crônica o espectro de agentes causadores é mais amplo e inclui alguns germes atípicos. O exame mais importante na investigação do agente causador é a cultura do jato médio da urina, porém em muitos casos pode ser difícil de identificá-lo.
Assim sendo, o tratamento vai incluir o uso de antibióticos específicos para estes germes, geralmente por tempo prolongado. Outras classes de medicamentos podem ser utilizadas para reduzir os sintomas, em especial o desconforto pélvico e a dificuldade urinária. Ainda que os sintomas desapareçam nos primeiros dias, o tratamento deve ser realizado até o final e seguindo a orientação do urologista. Sabe-se que muitas vezes é difícil eliminar completamente as bactérias que estão na próstata, o que significa um maior risco de evolução para novos episódios de prostatite.
Algumas outras medidas podem ser importantes para auxiliar na melhora do quadro e vai depender de cada caso: Evitar esforço físico intenso; evitar atividades que podem gerar trauma na região pélvica, como uso de moto, bicicleta, cavalo; evitar o consumo de alimentos condimentados, ricos em cafeína, bebidas alcoólicas e energéticos, frutas cítricas, dentre outros.
Em casos mais graves nos quais o paciente apresenta retenção urinária, pode ser necessário o uso de sonda para drenar a urina. Raramente pode ocorrer a formação de abscessos (locais com pus) na próstata que podem exigir procedimentos de drenagem para alívio dos sintomas.