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Cálculo de Bexiga

urologista curitiba

Com as mais variadas formas, cores e tamanhos, os cálculos da bexiga realmente impressionam. Imagine conviver com uma pedra destas há 450 anos atrás, quando não existiam meios de tratamento e tampouco anestesia. 

Como era feito o tratamento do Cálculo de bexiga há 450 anos atrás?

O senhor Jan de Doot vivia em Amsterdam em meados de 1600. O local na época era um imenso e gelado banhado, onde o frio e as condições de higiene faziam com que os seus habitantes não cultivassem hábitos ideais de higiene, tampouco conseguiam ingerir uma quantidade adequada de água limpa diariamente. Nestas condições, as infecções urinárias eram muito comuns e a formação de pedras na bexiga era muito mais frequente do que nos dias atuais. 

Havia, naquele tempo, a profissão de Litotomista, ou “cortador de pedras”, uma espécie de “prático” que não eram considerados praticantes de boa medicina tamanho sofrimento que geravam aos seus pacientes. Naquela época, o Litotomista cavalgava pelos vilarejos em busca dos portadores de cálculo de bexiga em sofrimento extremo. Seus procedimentos cirúrgicos, bem distantes da invenção da anestesia (em 1846 em Boston) e dos modernos equipamentos dos dias de hoje, eram feitos através de um corte na região do períneo (região entre o anus e órgão genital) e acabavam gerando muito sofrimento aos pacientes e 40% de índice de mortalidade. Jan de Doot havia sobrevivido a duas operações de Litotomia porém a pedra não havia sido removida e seu sofrimento era extremo. 

Para aqueles que nunca tiveram pedra na bexiga, pode ser difícil de imaginar o ponto exato onde a dor ocorre. Porém, Jan de Doot sabia, como muitos na sua época, que a dor se encontrava exatamente entre o ânus e o escroto. Após pedir para sua esposa ir até o mercado de peixes, de Doot solicitou ao seu aprendiz que o ajudasse a erguer seu escroto e realizou, em si mesmo, três profundos e extensos cortes para remover a própria pedra da bexiga. Teve sucesso e sobreviveu.

Em 1719, John Douglas, realizou a primeira sectio alta (incisão alta – abdominal). Apenas posteriormente a isto, os cirurgiões do mundo começaram a tomar coragem para operar a bexiga através do abdome (antes acreditava-se que esta incisão era fatal). Já no século XIX a litotomia à moda antiga tornou-se praticamente obsoleta e as cirurgias realizadas através da uretra começaram a difundir-se. Em 1879, o cistoscópio (aparelho com o qual se visualiza o canal da uretra e a bexiga) foi inventado em Viena e, dali em diante, a tecnologia avançou muito até os modernos aparelhos flexíveis e a tecnologia a Laser que hoje pode ser utilizada para todos os tipos de cálculo do sistema urinário.

A prevenção através da higiene diária adequada e o consumo de líquido, além do descobrimento dos antibióticos, permitiu reduzir este tormento mais do que qualquer nova tecnologia que exista hoje. Como consequência, a litotomia genuína é raramente realizada, e nunca feita através do períneo. Além disso, o Urologista passou a ser o profissional especializado neste tipo de condição que muitas vezes está associada ao crescimento da próstata, estreitamentos da uretra, infecções de urina ou pedras nos rins.

O que deve ter pensado a esposa de Doot quando voltou do mercado?

Fonte:

  1. Under the Knife: A history of Surgery in 28 Remarkable Operations Hardcover. Arnold Van de Laar, 2014.
  2. O Século dos Cirurgiões. Jurgen Thorwald, 2010
    Fotos: Dr Olivier Traxer.

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